Ginástica de trampolim: Um naufrágio chinês

De forma geral a China teve desempenho abaixo do esperado na Rio-2016: ficou em terceiro lugar, atrás da Grã-Bretanha. A ginástica de trampolim foi um bom exemplo de como os chineses decepcionaram. Minha previsão era que eles conquistariam o ouro no masculino e no feminino, com os atuais campeões mundiais Gao Lei e Li Dan, mas os dois só conseguiram bronze. Eles ainda levaram uma prata entre os homens, com o atleta Dong Dong.

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O ouro no masculino ficou com o bielorrusso Uladzislau Hancharou (foto), que era minha aposta para a prata, e no feminino com a canadense Rosannah MacLennan, de quem eu esperava o bronze. E, para variar, ainda teve uma britânica se metendo no pódio. Bryony Page foi prata no feminino.

Essa modalidade acabou tendo uma situação curiosa: eu cravei quatro dos seis medalhistas, mas não acertei nenhum resultado.

Ginástica rítmica: Melhor nos últimos 3 anos, russa perde para a número 2

A russa Yana Kudryatseva dominou o último ciclo olímpico na ginástica rítmica. Foi tricampeã mundial de 2013 a 2015. Nos dois últimos Mundiais viu sua compatriota Margarita Mamun (foto) ficar com a medalha de prata. Mas na Rio-2016 o que eu não esperava aconteceu: Mamun se saiu melhor e conquistou o ouro, deixando Kudryatseva com a prata. O bronze foi da ucraniana Ganna Rizatdinova, como eu tinha apostado.

Gymnastics - Rhythmic - Olympics: Day 15

Outra surpresa na Rio-2016 foi que a Espanha conseguiu a prata na disputa por equipes e a Bulgária ficou com o bronze. Os meus favoritos eram Bielorrússia para a prata e Israel para o bronze. Ah, claro, o ouro foi da Rússia.

Meu desempenho no acerto de resultados foi bom: cravei os vencedores de duas das seis medalhas distribuídas. E acertei também outros dois medalhistas.

Ginástica artística: O Brasil foi bem, mas podia ter sido melhor

Assim como na canoagem de velocidade, o Brasil fez uma ótima campanha na ginástica artística. Afinal, como contestar a conquista de três medalhas, o maior número já alcançado pelo Brasil nessa modalidade em uma só edição dos Jogos? Mas a verdade é que minha previsão era um pouco mais ousada: eu apostei em quatro medalhas – duas de prata e duas de bronze. Ficou faltando esse segundo bronze.

Rio2016 MAG Qualification | Photo: RicardoBufolin/CBG

Na foto acima a equipe brasileira comemora o resultado na classificatória, com Arthur Nory (à esquerda), Sérgio Sasaki, Arthur Zanetti, Diego Hypolito e Francisco Barreto.

Arthur Zanetti e Arthur Nory foram minhas apostas que deram certo. Na verdade, Zanetti foi melhor do que eu esperava: conquistou uma prata em vez de um bronze nas argolas. O vencedor foi o grego Eleftherios Petrounias, que era mesmo favorito ao ouro. O mais cotado à prata era o francês Samir Aït Said, que quebrou a perna espetacularmente na prova do salto e se retirou da competição, “abrindo caminho” para Zanetti.

Já Nory ganhou um bronze e não uma prata, como eu esperava, e sua medalha veio no solo e não na barra fixa, sua prova mais forte. Acreditei que haveria uma dobradinha brasileira na barra fixa, com Nory em segundo e Sérgio Sasaki em terceiro. Mas a dobradinha veio no solo, com Diego Hypolito em segundo e Nory logo atrás. O ouro não ficou com o japonês Kenzo Shirai, o meu favorito, e sim com o britânico Max Whitlock.

Aliás, um parêntese para comentar o desempenho espetacular da Grã-Bretanha também na ginástica artística. O país ficou em segundo lugar no quadro de medalhas da modalidade, com dois ouros e uma prata, atrás somente dos EUA (quatro ouros, três ganhos por Simone Biles em provas individuais e um na prova em equipes), e à frente do Japão, que ganhou “só” dois ouros. Pior foi a China, de quem eu esperava dois ouros e que só levou dois bronzes.

United States' Simone Biles performs on the balance beam during the artistic gymnastics women's qualification at the 2016 Summer Olympics in Rio de Janeiro, Brazil, Sunday, Aug. 7, 2016. (AP Photo/Rebecca Blackwell)

Na ginástica feminina do Brasil eu previra uma prata para Jade Barbosa na trave. Mas ela se machucou na eliminatória e não pôde participar da final. A vencedora foi a holandesa  Sanne Wevers. A grande favorita Simone Biles (na foto acima) se desequilibrou na sua prova e ficou com o bronze, atrás também da compatriota Laurie Hernandez.

Meu percentual de acertos de resultados na ginástica artística foi muito bom, de 30,6%! E cravei também metade dos medalhistas.

Esgrima: Rússia fez seu papel, Hungria supreendeu

A Rússia não me decepcionou na esgrima e fez o que eu esperava dela: dominou a modalidade. Foram quatro ouros dos russos. A supresa ficou por conta da Hungria, de quem eu só esperava dois bronzes, mas que conquistou dois ouros. Já a China, favorita a dois ouros, ficou com uma prata e  bronze.

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Apesar de eu ter chegado perto de acertar o número de ouros da Rússia (foram quatro e eu apostei que seriam três) eu só cravei um dos resultados: o do sabre por equipes feminino (nafoto acima). No sabre individual feminino eu acertei a vitória da Rússia, mas apostei em Sofya Velikaya, que perdeu a final para a compatriota Yana Egorian.

No florete individual feminino também errei a vencedora da final. Apostei que a italiana Ariana Errigo bateria a russa Irina Deglazova, mas ela caiu nas oitavas! Já a russa chegou à decisão e derrotou outra italiana, Elisa di Francisca.

O outro ouro da Rússia tambem foi numa prova em que eu apostava na Itália: o florete por equipes masculino.

Meu percentual de acerto de resultados foi baixo (17,3%), mas o de medalhistas foi bem alto (57,7%).

Ciclismo mountain bike: A derrocada da França

Em todas as edições de Olimpíadas, de Sydney-2000 a Londres-2012, a França sempre levou pelo menos uma medalha de ouro no mountain Bike. Minha previsão era que no Rio-2016 eles não passariam de uma prata e um bronze. Mas a derrocada foi pior ainda. Os franceses saíram do Rio de mãos abanando.

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O melhor resultado foi o quarto lugar de Maxime Marotte (meu favorito ao bronze), que chegou 10s atrás do espanhol Carlos Coloma. O outro francês cotado à prata, Julien Absalon, terminou só em oitavo. O vencedor, como eu previra, foi o suíço Nino Schurter (foto). A prata ficou com o tcheco Jaroslav Kulhavy.

No feminino eu passei mais longe de acertar o resultado. Minha favorita ao ouro, a dinamarquesa Annika Langvad, ficou em 11o. lugar. A campeã foi a sueca Jenny Rissveds.

A única medalhista que acertei no feminino foi a polonesa Maja Wloszczowska. Eu previ bronze para ela, mas ela foi prata.

Meu percentual de acerto no mountain bike foi baixo: só cravei um resultado e dois medalhistas.

Ciclismo de pista: Impulsionados por casal ‘dourado’, britânicos atropelam alemães

Minha previsão, baseada no ranking mundial, era que a Alemanha dominasse o ciclismo de pista e a Grã-Bretanha fosse apenas a terceira força, atrás da Austrália. Mas os britânicos atropelaram minha previsão. Eles conquistaram seis ouros, só um a menos do que em Londres-2012. E cinco desses ouros vieram de um casal!

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O destaque individual – que eu achei que seria a alemã Kristina Vogel, com um ouro e uma prata – acabou sendo o britânico Jason Kenny, com três ouros: no keirin e nas provas de velocidade individual e por equipes.

A segunda melhor atleta foi a mulher de Kenny, Laura Trott, com dois ouros. Acertei a vitória dela no omnium e da Grã-Bretanha na perseguição por equipes (só não sabia que ela faria parte da equipe).

Na foto acima o casal vencedor de cinco medalhas de ouro, Jason Kenny e Laura Trott.

O detalhe é que eu não tinha previsto nenhuma medalha para Kenny. Em duas das provas que ele ganhou eu tinha apostado na Alemanha e em uma na Polônia. Nenhum desses meus favoritos subiu ao pódio.

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O resultado é que a Alemanha só ganhou uma das quatro medalhas de ouro previstas por mim. A Austrália fez pior ainda: em vez de dois ouros, uma prata e dois bronze que imaginei, só levou uma prata e um bronze.

Além da Grã-Bretanha, a Holanda teve desempenho acima do esperado. Não previ nenhuma medalha para eles, mas levaram um ouro no keirin feminino, com Elis Ligtlee (na foto acima). Minha favorita ao ouro nessa prova era Kristina Vogel, que acabou levando ouro na velocidade individual. Vogel também foi bronze na disputa por equipes.

Meu percentual de acerto no ciclismo de pista foi baixo: 16,7%. Já no acerto de medalhistas foi razoável: 43,3%.

Ciclismo de estrada: Se fosse um país, Van der Breggen ficava em primeiro

O nome da disputa do ciclismo de estrada na Rio-2016 foi Anna van der Breggen (foto). Sozinha, a holandesa conquistou mais medalhas do que qualquer um dos países participantes. Ela foi ouro na prova de corrida e bronze na contrarrelógio – eu tinha previsto que ela ficaria somente com a prata na contrarrelógio. A festa da Holanda ficou completa com a prata de Tom Dumoulin nesta disputa em que cada ciclista percorre o circuito sozinho e o que fizer o menor tempo ganha. Mais uma vez eu quase acertei: previ bronze para Dumoulin.

RIO DE JANEIRO, BRAZIL - AUGUST 07:  Anna van der Breggen of the Netherlands celebrates after winning the Women's Road Race on Day 2 of the Rio 2016 Olympic Games at Fort Copacabana on August 7, 2016 in Rio de Janeiro, Brazil.  (Photo by Patrick Smith/Getty Images)

A decepção ficou por conta da Grã-Bretanha. Foi uma das poucas modalidades (senão a única) em que os britânicos tiveram desempenho abaixo do esperado. Minha expectativa estava depositada em Chris Froome, número 1 do mundo e vencedor do último Tour de France, mas ele só levou um bronze na contrarrelógio. Já Elizabeth Armitstead, atual campeã mundial de corrida, saiu do Rio sem medalhas.

Já os EUA, de quem eu esperava o ouro, não decepcionaram. Mas em vez de Megan Guarnier, número 1 do mundo e favorita na prova de corrida, quem conquistou o título foi Kristin Armstrong na contrarrelógio.

Dois países que surpreenderam – nem estavam no meu provável quadro de medalhas – foram a Bélgica, com a vitória de Greg van Avermaet na prova de corrida, e a Suíça, com o ouro de Fabian Cancellara na contrarrelógio.

Meu percentual de acertos foi baixo. Cravei só um em 12 resultados – a prata da sueca Emma Johansson na prova de corrida. Dos medalhistas acertei 25%.

Ciclismo BMX: EUA superaram Colômbia e Holanda

Minha aposta é que Holanda e Colômbia dominariam o ciclismo BMX com um ouro cada. Os colombianos até se saíram melhor do que o esperado – ganharam o ouro no feminino e também um bronze no masculino. Mas quem se destacou mesmo foram os EUA com o ouro no masculino e uma prata no feminino. Os holandeses ficaram só com a prata entre os homens.

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Na foto acima, liderando a disputa, está o estadunidense Connor Fields, que acabou sendo campeão da prova masculina.

Meu percentual de acertos foi ruim. Só cravei um resultado: o bicampeonato da colombiana Mariana Pajón. E só acertei mais uma medalhista: Alise Post, dos EUA, que foi prata e não bronze como eu previra.

Canoagem de velocidade: Parece absurdo, mas o Brasil poderia ter se saído melhor

Sei que parece uma heresia dizer isso, mas eu esperava um desempenho melhor do Brasil na canoagem de velocidade na Rio-2016. Calma que eu explico. O número de medalhas conquistadas (três) foi superior à minha expectativa. Mas eu acreditava que, sendo os atuais campeões mundiais no C2 1000m, Isaquias Queiroz e Erlon Souza (foto) conquistariam o ouro. Ao menos eles perderam – por uma pequena diferença – para a Alemanha, país que domina essa modalidade nos Jogos desde Atenas-2004.

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Fiquei com a impressão de que Isaquias poderia ter se concentrado na prova do C2 1000m, a que ele tinha mais chances, em vez de se desgastar em três provas. Enfim, ele é ainda jovem e se mantiver o ritmo terá chance em Tóquio-2020.

Os alemães confirmaram o que eu esperava deles: ganharam quatro ouros. A Nova Zelândia se saiu pior do que a expectativa. Lisa Carrington ganhou “só” um ouro nas duas provas em que ela era favorita (na outra levou o bronze). Mas a maior decepção foi a França. Saiu do Rio sem nenhuma medalha. Eu apostava nos franceses para levarem dois ouros e três pratas!

Fui surpreendido pelo desempenho de Hungria (três ouros) e Espanha (dois). Para os húngaros eu só tinha previsto uma prata e para os espanhóis nenhuma medalha.

Meu percentual de acertos na canoagem de velocidade foi baixo (13,9%). O de medalhistas foi razoável (44,4%).

Canoagem slalom: A melhor tradução do que foram os Jogos

Ao comparar rapidamente minhas previsões para as Olimpíadas e o resultado final já é possível afirmar que a Grã-Bretanha foi o grande destaque e a Austrália a maior decepção. Um dos melhores exemplos disso é a canoagem slalom. Eu não tinha previsto nenhum pódio para os britânicos nesse esporte, mas eles dominaram o quadro de medalhas ao lado da Eslováquia. Já a Austrália, de quem eu esperava dois ouros, só ganhou um bronze.

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A disputa na canoagem slalom foi equilibrada. Nenhum país ganhou mais de uma medalha de ouro. Eslováquia e Grã-Bretanha conquistaram um ouro e uma prata cada. O dos britânicos foi vencido por Joseph Clarke (foto) no caiaque individual. Já o favorito, o australiano Lucien Dalfour, não se classificou nem para a semifinal da prova.

O ouro dos eslovacos foi na canoa dupla, em que os irmãos Skantar superaram os favoritos, os franceses Klauss e Péché, terceiros colocados.

Além do caiaque individual masculino, a Austrália viu também um resultado aquém do esperado no feminino. Jessica Fox, prata em Londres-2012 e favorita ao ouro no Rio, ficou em terceiro lugar. A vencedora foi a espanhola Maialen Chourraut, de quem eu só esperava a prata.

Meu percentual de acertos na canoagem slalom foi baixo. Só acertei um resultado em 12 (a prata do esloveno Peter Kauzer no caiaque individual). Mas cravei metade dos medalhistas, a maioria nas posições erradas.